Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que o rejuvenescimento ovariano representa uma das fronteiras mais debatidas da medicina reprodutiva contemporânea. A proposta é reativar a função ovariana em mulheres com baixa reserva de óvulos ou menopausa precoce, utilizando terapias celulares, fatores de crescimento e técnicas de estimulação tecidual. Segundo a literatura científica, esses métodos visam restaurar a produção hormonal e potencializar a formação de novos folículos, embora ainda enfrentem desafios éticos e técnicos relevantes.
De acordo com estudos experimentais, terapias de plasma rico em plaquetas (PRP), transplante de células-tronco e modulação genética de vias de envelhecimento celular estão entre as abordagens mais promissoras. No entanto, especialistas alertam que a eficácia clínica a longo prazo ainda é incerta, e a segurança deve ser comprovada antes da aplicação em larga escala.
Como funciona o rejuvenescimento ovariano?
De acordo com Tosyn Lopes, o PRP, rico em fatores de crescimento como IGF-1 e VEGF, é aplicado diretamente no tecido ovariano para estimular a angiogênese e a regeneração celular. O objetivo é despertar folículos dormentes e reativar a produção hormonal endógena. Estudos preliminares mostram melhora nos níveis de AMH (hormônio antimülleriano) e retorno temporário da menstruação em algumas pacientes submetidas à técnica.

Em paralelo, a terapia com células-tronco busca regenerar o microambiente ovariano danificado por idade, estresse oxidativo ou tratamentos oncológicos. As células, geralmente obtidas da medula óssea ou do tecido adiposo, são reintroduzidas nos ovários, promovendo restauração vascular e metabólica. Contudo, o controle da diferenciação celular e o risco de mutações ainda são pontos de atenção contínua, exigindo validação robusta em ensaios clínicos multicêntricos.
Potenciais benefícios e limitações científicas
Oluwatosin Tolulope Ajidahun nota que o rejuvenescimento ovariano poderia oferecer novas alternativas a mulheres com falência ovariana precoce ou submetidas a terapias gonadotóxicas. Entretanto, os resultados permanecem heterogêneos. Em muitos casos, a resposta clínica é transitória e insuficiente para garantir uma gestação.
Outro fator limitante é o diagnóstico impreciso da reserva folicular remanescente. A ausência de padronização nos protocolos de coleta, preparo e aplicação do PRP gera variações nos desfechos, dificultando comparações entre estudos. Além disso, o uso de tecnologias experimentais em clínicas não certificadas levanta preocupações éticas sobre a transparência e o consentimento informado.
Aspectos éticos e regulamentares
Oluwatosin Tolulope Ajidahun elucida que a aplicação clínica dessas terapias requer regulação rigorosa. Como envolvem manipulação celular e intervenções invasivas, devem seguir diretrizes de biossegurança e aprovação de comitês de ética. Em muitos países, o rejuvenescimento ovariano ainda é classificado como experimental e só pode ser realizado em protocolos de pesquisa controlados.
Ressalta-se que a expectativa social criada em torno da “retomada da fertilidade” pode gerar falsas esperanças. Por isso, recomenda-se comunicação clara sobre riscos, custos e taxas reais de sucesso. O debate ético também se estende à idade reprodutiva limite e às implicações de prolongar artificialmente a função ovariana em contextos de saúde pública.
Futuro das terapias regenerativas na reprodução
Tosyn Lopes explica que o futuro do rejuvenescimento ovariano está na integração entre biotecnologia, epigenética e medicina personalizada. Pesquisas com moduladores de telomerase, fatores de reprogramação celular e nanotecnologia podem aprimorar a segurança das técnicas atuais. A tendência é que protocolos mais seletivos, baseados em biomarcadores individuais, substituam abordagens generalistas, oferecendo maior previsibilidade e segurança terapêutica.
De acordo com especialistas, a regeneração ovariana deve ser vista como complemento e não substituto das estratégias de preservação de fertilidade. A combinação entre criopreservação precoce, controle metabólico e terapias regenerativas pode redefinir o conceito de idade reprodutiva feminina, desde que conduzida com responsabilidade científica e ética. Essa integração, aliada à educação reprodutiva e ao acompanhamento médico adequado, é o caminho mais promissor para equilibrar inovação e segurança.
Autor: Willyam Bouborn Silva
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.