A categoria dos motoristas de ônibus da Grande Goiânia anunciou uma greve geral que deve começar às zero horas da próxima sexta-feira, dia 27 de junho. A decisão foi tomada em assembleia realizada no último domingo, após a rejeição da proposta patronal de reajuste salarial de 5,36%, considerada insuficiente pelos trabalhadores. A paralisação deve afetar todas as cidades da Região Metropolitana de Goiânia, causando transtornos significativos à população que depende do transporte coletivo diariamente.
O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindcoletivo) manifestou insatisfação com a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET). Segundo o Sindcoletivo, o reajuste oferecido representa apenas cerca de 0,5% de aumento real nos salários, sem contemplar as demandas dos motoristas por melhores condições de trabalho, valorização salarial e melhorias nos benefícios, especialmente em alimentação.
Em comunicado formal enviado ao presidente do SET, Adriano Rodrigues de Oliveira, o Sindcoletivo criticou a falta de avanços nas negociações e a resistência das empresas em apresentar uma proposta econômica que atenda às necessidades dos trabalhadores. Apesar da greve anunciada, o sindicato reafirmou sua disposição para retomar o diálogo desde que haja um compromisso das empresas em oferecer uma proposta justa e equilibrada para ambas as partes.
Por sua vez, o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Goiânia e Região Metropolitana (SET) informou que tomou conhecimento do indicativo de greve pela imprensa e ressaltou o interesse em continuar as negociações para evitar a paralisação. O SET destacou que qualquer tipo de greve prejudica diretamente os usuários do transporte público, que dependem dos serviços diariamente para seus deslocamentos.
O SET lembrou que, nos últimos dois anos, concedeu ganhos reais significativos à categoria e que, mesmo em 2025, ano que enfrentou desafios relacionados a altos investimentos na renovação da frota, reforma de estações, terminais e pontos de parada, apresentou uma proposta de reajuste salarial acima da inflação. A entidade patronal reafirma que continua empenhada em buscar soluções para manter a qualidade do serviço e a satisfação dos trabalhadores.
Uma reunião de mediação está marcada para esta semana no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde representantes do Sindcoletivo e do SET devem tentar chegar a um acordo que evite a greve. A expectativa é de que o diálogo seja retomado com o objetivo de encontrar um consenso que atenda aos interesses dos trabalhadores e das empresas, garantindo o funcionamento do transporte público na Grande Goiânia.
A greve dos motoristas de ônibus na Grande Goiânia coloca em alerta usuários, autoridades e operadores do sistema de transporte, que se preparam para minimizar os impactos de uma possível paralisação. O cenário reforça a importância do diálogo e da negociação para assegurar direitos trabalhistas sem comprometer o serviço essencial prestado à população.
Enquanto isso, a população da Região Metropolitana de Goiânia acompanha de perto as negociações e se prepara para eventuais dificuldades nos deslocamentos, caso a greve seja efetivada. O caso destaca a relevância do transporte público para o funcionamento da cidade e a necessidade de equilíbrio entre a valorização dos profissionais e a manutenção do serviço para os usuários.
Autor: Willyam Bouborn Silva